Depois de perder para Clay Guida no UFC 117, em agosto de 2010, e sofrer duas fraturas no maxilar que o obrigaram a passar por uma cirurgia, muita coisa mudou na vida de Rafael dos Anjos. No último sábado, no UFC 132, o brasileiro conseguiu a primeira vitória por nocaute na carreira, sobre George Sotiropoulos, em 59 segundos de luta. O mérito disso, segundo o faixa-preta da Gordo Jiu-Jitsu, foi o período passado em Cingapura afiando seu jogo em pé, justamente depois da última derrota.

“Fui para Cingapura em outubro treinar meu muay thai e boxe, duas áreas que eu tinha problemas. Lá eu trabalhei muita manopla, melhorei o punch, e voltei para o Brasil para dar continuidade ao treino com o Cesário [Figueiredo, técnico de boxe]. Isso me fez ficar confiante no jogo em pé e conseguir o nocaute contra o Sotiropoulos”, explicou Rafael, em entrevista ao PVT.

Rafael dos Anjos admite também que não esperava uma definição tão rápida da luta, e revela que o jiu-jitsu não era sua primeira opção para vencer Sotiropoulos. “Eu não esperava vencer tão rápido, mas treinei muito para todas as possíveis situações. Eu iria trocar um pouco, sentir, e se estivesse bem, continuava; se ele estivesse dando umas porradas, eu iria tentar as quedas para puxar pro jiu-jitsu. Mas, graças a Deus, nocauteei”, explicou.

Agora com quatro vitórias e três derrotas no UFC, Rafael se vê de volta ao enorme mix de bons lutadores que pleiteiam uma disputa de cinturão no peso leve. Para o aluno de Roberto Gordo, ele ainda precisa subir alguns degraus antes de chegar ao topo da categoria.

“Essa é a categoria mais difícil do MMA e ainda estou voltando de um período de 10 meses sem lutar. Preciso recuperar o ritmo de luta, e existem muitos caras que vêm numa grande sequência, como Clay Guida, Dennis Siver e Melvin Guillard”, afirmou o lutador.

Rafael dos Anjos também acredita que, em dois ou três anos, vai incomodar os principais nomes da categoria. “Tenho apenas 26 anos. Se parar parar para pensar como eu era quando entrei no UFC alguns anos atrás, eu evolui muito. Acredito que em mais alguns anos estarei mais maduro, mais forte e melhor preparado técnica, física e psicologicamente. Creio que a faixa dos 30 anos é quando o lutador tem sua melhor fase nesses aspectos, basta ver a idade da maioria dos campeões, como GSP e Anderson Silva. Só fenômenos como José Aldo e Jon Jones têm cinturões tão jovens”, completou.